domingo, março 05, 2006

A Ilusao do Amor impede o Amor Verdadeiro

"É da natureza do verdadeiro amor ser infinito, incondicional, inesgotável. Não estar, por isso, dependente da forma como nos embrulhamos e comportamos para atrair alguém que, seja por que razão for nos estimula. Nem dos malabarismos e sacrifícios que fazemos para lhe provar tudo aquilo de que somos capazes de fazer por ele. Qualquer de nós, pelo facto de ser limitado, não pode dá-lo nem perdê-lo, pela simples razão de que ninguém dá nem perde aquilo que não possui.
...
Só quando nos libertamos das leis do tempo e do espaço podemos saber de forma total que nada do que temos nos pode satisfazer por completo nem dar uma verdadeira segurança. E que o verdadeiro amor não é compatível com qualquer sentimento de posse.
Entretanto, enquanto por cá andarmos, a pessoa real que somos não corresponde aquilo que vemos. Provavelmente não somos tão perfeitos nem tão libertos, como achamos... Podemos ser mais possessivos, vingativos, manipuladores..., do que pensamos sobre nós próprios - porque emocionalmente mais necessitados, portanto insatisfeitos, do que aquilo que ninguém pensaria sobre a nossa pessoa, nem sequer própria."
...Maria José Costa Féliz, in XIX, Público 5 de Março 2006

1 comentário:

Anónimo disse...

li isto hoje na xis, deu-me muito que pensar. lembrei-me de sérgio godinho:

"Aprendi a amar derramando vinho
no mar imenso, no mar imenso
a ver se não perdia o que sei que não venço
deixando corpos caídos no caminho
aprendi a matar bem mais do que penso
aprendi a matar bem mais do que penso."
e
"Que em matérias do amor
rega flor, pisa flor,
estamos sempre adolescendo
espesso livro vamos lendo e coitados
somos sempre uns iletrados
estamos sempre adolescendo"

obrigada por me relembrares. até qualquer dia.